Linux – Comandos básicos (parte II)
Introdução
O conhecimento sobre comandos que possibilitem o gerenciamento do sistema no que se refere a arquivos e diretórios é de suma importância às pessoas que pretendam utilizar os sistemas Unix e Linux de forma eficiente em ambiente de linha de comandos, portanto se você se enquadra neste grupo de pessoas estude-os e pratique até sentir que tenha domínio sobre os mesmos.
Artigo(s) da série:
Linux – Comandos básicos – (parte I)
Neste segundo artigo da série Linux – Comandos básicos, intitulado “Linux – Comandos básicos (parte II)”, apresentaremos os comandos contidos na tabela abaixo, que são essencialmente utilizados para manipulação de arquivos e diretórios.
O artigo mostra exemplos práticos com imagens e sintaxes de uso dos comandos simulando um ambiente bem realístico de situações vivenciadas no dia a dia no uso de computadores com sistemas Linux e Unix, bem como propõe a execução de atividades para ajudar no entendimento e assimilação do conteúdo aqui apresentado.
Agora, depois das apresentações, vamos ao artigo propriamente dito nos tópicos a seguir:
Conteúdo
Comando | Utilidade |
---|---|
clear | Limpar a tela do terminal |
cp | Copiar arquivos e diretórios |
mv | Mover ou renomear arquivos e diretórios |
mkdir | Criar diretórios |
rmdir | Remover diretórios vazios |
Apresentação
Objetivo:
Conhecer os comandos acima relacionados e suas principais opções de uso;
Executar atividades práticas que propiciem o desenvolvimento de habilidades no uso dos mesmos.
Conhecendo o comando clear
O comando clear é útil para limpar a tela do terminal, funciona tanto em modo texto quanto nos emuladores de terminais no modo gráfico. O atalho para uso rápido do comando é: CTRL + L.
Sintaxe:
clear
Exemplo de uso do comando clear
$ clear
Conhecendo o comando cp
O comando cp é utilizado para efetuar cópias de arquivos e diretórios. Várias opções são suportadas para aprimorar ainda mais o uso do comando; demonstraremos algumas das mais utilizadas e sugerimos a consulta da página de manual on-line para enriquecer seu conhecimento. O manual pode ser consultado com o comando $ man cp
em qualquer terminal.
Sintaxe:
cp [opções] arquivo caminho
cp [opções] arquivo... diretório
Opção | Descrição |
---|---|
-f | Remove arquivos de destinos se existirem (sobrescreve); |
-i | Interativo, pergunta se deve sobrescrever arquivos, caso existam; |
-p | Preserva o proprietário original mantendo os grupos de permissão, bits (setiud e setgid), tempo da última modificação e o tempo do último acesso. Consulte o manual on-line ($ man cp ) para obter a descrição completa da opção; |
-R, -r | Copia diretório de forma recursiva (incluindo diretório, subdiretório e arquivos na cópia). Consulte o manual on-line ($ man cp ) para obter a descrição completa da opção. |
Na distribuição Debian GNU/Linux é possível se obter alguns manuais de ajuda on-line traduzidos para português instalando os pacotes manpages-pt e manpages-pt-dev com o comando:
# apt-get install manpages-pt manpages-pt-dev
O pacote manpages-pt-dev serve para traduzir programas compilados na própria máquina.
Exemplo de uso do comando cp
Copiando um arquivo de nome teste.txt, que se encontra no diretório atual para o diretório temporário do sistema que é o “/tmp”. Eis o comando:
$ cp teste.txt /tmp/
Mais um exemplo, agora copiando o teste.txt, que se encontra no diretório atual para o diretório o “/tmp”, mas salvando a cópia com outro nome:
$ cp teste.txt /tmp/cópia_teste.txt
Conclusão: fizemos uma cópia com o mesmo conteúdo do arquivo, mas com nome diferente.
Agora um exemplo de como copiar os arquivos teste1.txt, teste2.txt e teste3.txt do diretório atual para o diretório “/tmp”:
$ cp teste1.txt teste2.txt teste3.txt /tmp
Note que é possível copiar vários arquivos em uma única utilização do comando!
Melhore seu aprendizado:
No direório “/usr/share/pixmaps” existem diversos arquivos de imagens com extensões “.xmp”, “.svg” e talvez outras que você poderá praticar, copiando-os para o diretório “/tmp”. Não preocupe! Todo o conteúdo copiado para este diretório será excluído na próxima inicialização do sistema.
Testado no sistema Debian…
Conhecendo o comando mv
O comando mv é útil em duas situações: quando necessitamos renomear e/ou mover arquivo e diretório. A ação mover é equivalente ao recortar conhecida pelos usuários do Windows e comparada ao copiar, o que difere, é que quando copiamos o original permanece no local de origem enquanto que ao movermos o objeto é extraído do local e levado para outro.
É possível efetuar as duas operações, mover e renomear, ao mesmo tempo. Veremos nos exemplos mais a frente.
Sintaxe:
mv [opções] origem destino
mv [opções] origem... destino
Opção | Descrição |
---|---|
-f | Não solicita confirmação. |
-i | Solicita confirmação quando já existe um arquivo ou diretório com mesmo nome no destino (No caso de ambas as opções -f e -i serem fornecidas, a última delas surtirá efeito). |
-u | Não movimenta diretórios que tem destino existente com a mesma data de modificação ou mais recente. |
-v | Imprime o nome de cada arquivo antes de movê-lo. |
Exemplo de uso do comando mv
Movendo o arquivo texto.old do subdiretório exercicios para o diretório “/tmp”.
$ mv exercicios/texto.old /tmp
Movendo e renomeando, ao mesmo tempo, o arquivo texto1.old com nome de destino texto1.1.new, mantendo-o no mesmo diretório, estando um nível acima na árvore de diretórios. Neste exemplo subdiretório exercicios localizado dentro do HOME do usuário.
$ mv exercicios/texto1.old exercicios/texto1.1.new
Analise na imagem abaixo a sequência de comando, cada linha numerada em vermelho representa um comando:
- Move o arquivo texto.old do diretório execrcicos para o “/tmp”;
- Lista o conteúdo co diretório “/tmp”, observe na linha seguinte que o arquivo texto.old está lá;
- Renomeia o arquivo texto1.old para texto1.1.new mantendo-o em seu diretório original;
- O comando ls, seletivo para listar apenas os “texto” no diretório exercicios, mostra a relação dos arquivos. O arquivo renomeado está na relação;
- Renomeia o diretório exercicios para exercícios, acentuado para. Agora o nome do diretório está ortograficamente correto;
- Um
ls
para confirmar a renomeação do diretório.
Melhore seu aprendizado:
No diretório exercícios ainda consta vários arquivos, com extensões: “.txt”, “.new” e “.old” criados no artigo anterior Linux – Comandos básicos – (parte I) pratique renomeando-os dentro do mesmo diretório e movendo-os para os diretórios HOME do usuário e para o temporário do sistema “/tmp”.
Conhecendo o comando mkdir
O comando mkdir é utilizando para criar diretórios.
Sintaxe:
mkdir [opções] diretório
Opção | Descrição |
---|---|
-m mode, ‐‐mode=mode | Seleciona o modo de criação dos diretórios quanto a permissão, que pode ser simbólico como no chmod(1) se for omitido usa o modo padrão como ponto de partida; |
-p, ‐‐parents | Cria qualquer diretório pai faltante no argumento para criação de diretórios filhos; |
‐‐verbose | Imprime uma mensagem para cada diretório criado. Isto é muito útil com quando usamos a opção ‐‐parents no argumento. |
Exemplo de uso do comando mkdir
Criando um diretório denominado dir_um no diretório atual.
$ mkdir dir_um
Tentando criar um diretório denominado sub_dir_dois, dentro do diretório dir_dois que ainda não existe, no diretório atual.
$ mkdir dir_dois/sub_dir_dois
Observe na imagem abaixo que na tentativa de criar o sub_dir_dois o sistema não consegue pelo fato de o diretório pai, dir_dois, ainda não existir e retorna uma mensagem de erro.
Agora usando a opção -p que é a que possibilita a criação de um diretório e seus subdiretórios em cadeia em um único comando.
$ mkdir -p dir_dois/sub_dir_dois
Confira o comando e o resultado visualizado através do comando tree -d.
Mais dois exemplos de uso do comando mkdir, só que desta vez com a opção -m
que possibilita a criação de diretórios com permissões diferentes do padrão definido em seu sistema.
$ mkdir -m 700 sub_dir_um
$ mkdir -m 777 sub_dir_dois
Confira o comando e o resultado na imagem abaixo:
Este não é um padrão em criação de diretórios no dia a dia de um usuário Linux, mas pode ser extrema importância na hora de criar Scripts para automatização de terefas.
Sobre o recurso umask, em artigos futuros abordaremos o assunto.
Melhore seu aprendizado:
Para aprimorar seu aprendizado e ajudar fixar seu conhecimento sobre o comando mkdir crie outros diretórios com nomes diferentes, a seu gosto, cria árvore de diretórios com a opção -p e teste criar diretórios com permissões diferentes das do sistema. Na maioria das distribuições Linux o padrão de permissão para criação de diretórios é 755, mas você pode testar 770, 750, 000 e assim por diante.
Se você ainda não conhece sobre permissões de sistemas padrão Unix, breve falaremos sobre o assunto.
Conhecendo o comando rmdir
O comando rmdir, é útil para remover diretórios vazios em seu sistema de arquivos, mas tão somente diretórios vazios.
Sintaxe:
rmdir [opções] diretório
Opção | Descrição |
---|---|
-p | Remove subdiretórios que estejam níveis abaixo do diretório pai. |
Exemplo de uso do comando rmdir
No primeiro exemplo de uso do comando rmdir, vamos excluir o diretório dir_um, criado anteriormente.
$ rmdir dir_um
Se o dir_um contiver algum conteúdo não será excluído e sistema emitirá uma mensagem de erro ao do tipo: Falha em revover “dir_um/”: Diretório não vazio.
Segundo exemplo com o comando rmdir, removeremos a árvore de diretórios dir_dois/sub_dir_dois, criados anteriormente.
$ mkdir -p dir_dois/sub_dir_dois
Serão excluídos os diretórios sub_dir_dois e dir_dois.
Referência:
- Manual online do sistema.
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